O “giro emocional” nas ciências sociais e políticas: ressentimento e terrorismo islâmico antiocidental
International Journal of Development Research
O “giro emocional” nas ciências sociais e políticas: ressentimento e terrorismo islâmico antiocidental
Received 06th April, 2022; Received in revised form 20th May, 2022; Accepted 11th June, 2022; Published online 28th July, 2022
Copyright © 2022, Bruno Heringer Júnior. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Nos últimos tempos, alguns pesquisadores têm chamado a atenção para o que definiram como um giro para as emoções no estudo dos conflitos sociais e políticos, inclusive no âmbito internacional, abordagem que tenta esclarecer como alguns afetos influenciam as decisões dos indivíduos e mesmo definem estados de ânimo coletivos. Uma das emoções a que se reconhece uma destacada dimensão moral ou política é o ressentimento, sentimento que, desde Nietzsche, passando por Scheler, foi sendo delimitado semanticamente e analisado fenomenologicamente. Considerando a origem geográfica (diásporas no Ocidente) e social (membros da elite social em regiões muçulmanas) de alguns terroristas islâmicos de viés antiocidental, pode-se suspeitar de que a radicalização deles decorra em boa medida de alguma forma de ressentimento.